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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O JOVEM E SUAS COMPRAS







O JOVEM E SUAS COMPRAS



Desvendado o engano contido na frase “você é o que tem”.



Pesquisa mostra que o jovem médio brasileiro se acha mais considerado pelo que adquire do que pelo que ele é.Os jovens brasileiros se interessam mais por compras do que os americanos. É o que diz a pesquisa Os Jovens e o Consumo Sustentável, feita por dois institutos especializados e divulgada pela Fundação Getúlio Vargas. O estudo trouxe revelações sobre como pensa a juventude na hora em que vai às compras, sua percepção da propaganda e dos impactos de suas próprias ações – dela, juventude – no meio ambiente e na sociedade.

A pesquisa foi elaborada a partir de um levantamento realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), no ano 2000, em 24 países. Cerca de 70% dos jovens brasileiros entrevistados disseram que se interessam pelo tema compras. Entre os norte-americanos, país de elevado consumo, o percentual é menor: 33%.

Jovens brasileiros são também os que mais gostam de televisão e os que menos se interessam por política e sociedade.Outro dado destacado é o que mostra a baixa noção de interdependência das ações do jovem com o mundo em que vive.Quase 60% dos entrevistados disseram que suas ações não têm impacto no mundo; 44% opinaram que suas atitudes não influem nem na cidade onde moram; e 24% afirmaram que suas ações não causam impacto nenhum nem em suas próprias vidas. Conforme a pesquisa, a grande maioria dos jovens brasileiros (59%) acha que o seu trabalho não tem impacto na sociedade, quer dizer, o jovem não se perceberia como parte de um todo. E o consumo seria o principal elo de sua ligação com o meio em que vive. Finalmente, cerca de 50% disseram que pessoas dasua idade consomem demais.

Fonte P http://integracao.fgvsp.br/BancoPesquisa/pesquisas_



O consumo nosso de cada dia

Objetivos
•Refletir sobre o consumo, que faz parte de nosso cotidiano e sobrevivência, mas de outras esferas da vida também, como a política, por exemplo.
•Analisar o indivíduo como produtor do espaço em que vive rompendo formas de alienação.

Introdução

A falta de percepção de si, como produtor do espaço, gera uma forma de alienação que produz, na prática, um desinteresse muito grande por temas e ações relacionados com a sociedade, gerando pessoas distantes da vida social, preocupadas com futilidades e indiferentes ante o mundo.
Contexto no mundo do trabalho: A alienação se desenvolve também no mundo do trabalho, onde o trabalhador também não se vê como gerador dos produtos que cria no labor diário. Reproduz-se então a lógica da indiferença mediante o seu próprio produto.


1.Realize uma leitura individual do texto.

2.Escreva manifestando livremente sobre sua compreensão a partir da leitura.

3.Compare o interesse pelo ato de comprar nos Estados Unidos e no Brasil, compare ainda o potencial de consumo dos dois países.

4.Detectar na pesquisa qual é o nível de compreensão que o jovem tem de ser o mundo, a cidade em que mora e sua própria vida resultados de sua ação.

5.Debata o espaço em que vivemos é resultado de nossa ação, se as coisas que nos rodeiam têm origem no trabalho social e coletivo, empreendido pelos seres humanos.

6.Debata ainda o ser humano consumidor e o ser humano cidadão, diferenciando as duas formas e destacando a mais importante.

7.Trazer à discussão se o problema do desemprego, da destruição ambiental, do nosso voto nas eleições, da criminalidade, do menor abandonado, dentre outros (que podem e devem ser levantados), são problemas apenas das autoridades competentes ou uma preocupação de toda sociedade.

8.Registrar os resultados no caderno. Montar um painel com a síntese destas discussões, na forma de frases ou imagens (colagens).

Materiais indicados: Material publicitário com oferta de produtos (revistas e jornais); cartolina; canetas coloridas; cola e tesoura.
Tempo sugerido: 3 horas

Resultados esperados:
a.Repensar a postura diante dos temas de interesse geral da sociedade.
b.Desenvolver atitude crítica diante das imposições do consumo, potencializadas pela propaganda em massa e pelo ideal de felicidade que a acompanha.
c.Refletir sobre o papel que desempenhamos na sociedade como produtores do espaço que vivemos e geradores das riquezas criadas.
Dicas:
O texto de Luciano do M. Ribas (http://www.angelfire.com/sk/holgonsi/luciano.html) aborda a questão da alienação.

O jovem e suas compras



O JOVEM E SUAS COMPRAS




Desvendado o engano contido na frase “você é o que tem”.



Pesquisa mostra que o jovem médio brasileiro se acha mais considerado pelo que adquire do que pelo que ele é.Os jovens brasileiros se interessam mais por compras do que os americanos. É o que diz a pesquisa Os Jovens e o Consumo Sustentável, feita por dois institutos especializados e divulgada pela Fundação Getúlio Vargas. O estudo trouxe revelações sobre como pensa a juventude na hora em que vai às compras, sua percepção da propaganda e dos impactos de suas próprias ações – dela, juventude –no meio ambiente e na sociedade.

A pesquisa foi elaborada a partir de um levantamento realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), no ano 2000, em 24 países. Cerca de 70% dos jovens brasileiros entrevistados disseram que se interessam pelo tema compras. Entre os norte-americanos, país de elevado consumo, o percentual é menor: 33%.

Jovens brasileiros são também os que mais gostam de televisão e os que menos se interessam por política e sociedade.Outro dado destacado é o que mostra a baixa noção de interdependência das ações do jovem com o mundo em que vive.Quase 60% dos entrevistados disseram que suas ações não têm impacto no mundo; 44% opinaram que suas atitudes não influem nem na cidade onde moram; e 24% afirmaram que suas ações não causam impacto nenhum nem em suas próprias vidas. Conforme a pesquisa, a grande maioria dos jovens brasileiros (59%) acha que o seu trabalho não tem impacto na sociedade, quer dizer, o jovem não se perceberia como parte de um todo. E o consumo seria o principal elo de sua ligação com o meio em que vive. Finalmente, cerca de 50% disseram que pessoas dasua idade consomem demais.

Fonte P http://integracao.fgvsp.br/BancoPesquisa/pesquisas_



O consumo nosso de cada dia

Objetivos
•Refletir sobre o consumo, que faz parte de nosso cotidiano e sobrevivência, mas de outras esferas da vida também, como a política, por exemplo.
•Analisar o indivíduo como produtor do espaço em que vive rompendo formas de alienação.

Introdução

A falta de percepção de si, como produtor do espaço, gera uma forma de alienação que produz, na prática, um desinteresse muito grande por temas e ações relacionados com a sociedade, gerando pessoas distantes da vida social, preocupadas com futilidades e indiferentes ante o mundo.
Contexto no mundo do trabalho: A alienação se desenvolve também no mundo do trabalho, onde o trabalhador também não se vê como gerador dos produtos que cria no labor diário. Reproduz-se então a lógica da indiferença mediante o seu próprio produto.


1.Faça uma leitura do texto.

2.Escreva manifestando livremente sobre sua compreensão a partir da leitura.

3.Compare o interesse pelo ato de comprar nos Estados Unidos e no Brasil, compare ainda o potencial de consumo dos dois países.

4.Detectar na pesquisa qual é o nível de compreensão que o jovem tem de ser o mundo, a cidade em que mora e sua própria vida resultados de sua ação.

5.Debata se o espaço em que vivemos é resultado de nossa ação, se as coisas que nos rodeiam têm origem no trabalho social e coletivo, empreendido pelos seres humanos.

6.Debata ainda o ser humano consumidor e o ser humano cidadão, diferenciando as duas formas e destacando a mais importante.

7.Trazer à discussão se o problema do desemprego, da destruição ambiental, do nosso voto nas eleições, da criminalidade, do menor abandonado, dentre outros (que podem e devem ser levantados), são problemas apenas das autoridades competentes ou uma preocupação de toda sociedade.

8.Registrar os resultados no caderno. Montar um painel com a síntese destas discussões, na forma de frases ou imagens (colagens).

Materiais indicados: Material publicitário com oferta de produtos (revistas e jornais); cartolina; canetas coloridas; cola e tesoura.
Tempo sugerido: 3 horas

Resultados esperados:
a.Repensar a postura diante dos temas de interesse geral da sociedade.
b.Desenvolver atitude crítica diante das imposições do consumo, potencializadas pela propaganda em massa e pelo ideal de felicidade que a acompanha.
c.Refletir sobre o papel que desempenhamos na sociedade como produtores do espaço que vivemos e geradores das riquezas criadas.
Dicas:
O texto de Luciano do M. Ribas (http://www.angelfire.com/sk/holgonsi/luciano.html) aborda a questão da alienação e serve de apoio à formação do professor para os debates em sala.

O JOVEM E O ADOLESCENTE

O JOVEM E O ADOLESCENTE

Embora muitas vezes tidas como sinônimos, juventude e adolescência têm significados distintos, ainda que superpostos.


A Organização das Nações Unidas (ONU) define como jovens as pessoas entre 15 e 24 anos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) entende que a adolescência é um processo biológico, que vai dos 10 aos 19 anos de idade, abrangendo a pré-adolescência (10 a 14 anos) e a adolescência propriamente dita (15 a 19 anos). Já a juventude é considerada uma categoria sociológica que implica a preparação dos indivíduos para o exercício da vida adulta, abrangendo a faixa dos 15 aos 24 anos de idade. As diferenças entre adolescência e juventude, portanto, não se limitam à idade, mas aos conceitos, demonstrando processos de naturezas distintas.

Mais comum ainda do que falar da adolescência e da juventude como a mesma coisa é se referir indistintamente aos que vivem esses períodos como adolescentes ou jovens. Como se observa em reportagens, em conversas informais e até mesmo em textos teóricos. Também pode ser verificado nas definições encontradas no dicionário Aurélio, por exemplo (veja boxe).

Embora a juventude possa ser considerada uma categoria social que agrupa os que compartilham a mesma fase de vida, é preciso ficar atento à multiplicidade de experiências que se reúnem sob essa denominação. Será que podemos falar numa mesma experiência juvenil vivida por um jovem morador do sertão nordestino, e por um jovem que reside num grande centro
urbano? Certamente não.

A classe social, a condição étnica e de gênero, a presença ou não no mercado de trabalho e na escola, a moradia – urbano
ou rural – a situação familiar e a orientação religiosa são fatores que vão diferenciando internamente esse grupo que chamamos de juventude. Afinal, dois jovens negros, por exemplo, que possuam diferentes condições econômicas terão provavelmente experiências juvenis muito diferentes.

Por isso, ao falar das experiências de vida juvenis propriamente ditas, é preciso reconhecer uma multiplicidade – o que nos leva a falar de juventudes, no plural.

Extraído do livro Diálogos com o mundo juvenil / Ana Paula Corti e Raquel Souza / Ação educativa, 2005

SEGUNDO O MESTRE

Juventude - 1. Idade moça; mocidade, adolescência, Juventa. 2. a gente moça; mocidade. 3. fase do ciclo de um lago na qual este recebe mais água do que perde e por isso tem maior
duração.

Adolescência - 1. 0 período da vida humana que sucede à infância, começa com a puberdade, e se caracteriza por uma série de mudanças corporais e psicológicas (estende-se aproximadamente dos 12 aos 20 anos).

Jovem - 1. Que é moço, que está na idade juvenil; juvenil. 2. produzido ou criado pelos jovens, pela juventude. 3. diz-se do animal de tenra idade.

Adolescente - 1. Que está na adolescência. 2. Fig. Que está no começo, no início; que ainda não atingiu todo o vigor. 3. De pouco tempo; novo: "Plantei, com a minha mão ingênua e mansa, / Uma linda amendoeira adolescente". (Raul de Leoni, Luz Mediterrânea, p. 65). 4. Próprio do adolescente: "D. Camila prolongou, quanto pôde, os vestidos adolescentes da filha." (Machado de Assis, Histórias sem data, p. 122). 5. Pessoa que está na adolescência.

Extraído do site: http://www2.uol.com.br/aurelio

Atividade: O que os jovens e adolescentes pensam?

Objetivos
•Construir uma pesquisa com jovens e adolescentes sobre suas impressões do local em que vivem.
•Aprender a desenvolver as questões a partir de um objeto e objetivo da pesquisa. Tabular os dados e extrair suas conclusões.

Introdução

Os alunos devem, nesta atividade, realizar uma pesquisa de campo que implica a geração de materiais necessários para o seu desenvolvimento, bem como a análise dos dados coletados e a produção de relatório a partir de sua interpretação.
Contexto no mundo do trabalho: A prática da pesquisa para se obter uma determinada informação é uma competência importante na qualificação pessoal, em decorrência das múltiplas habilidades que ela envolve.


1.Diferenciar jovens de adolescentes, que serão os entrevistados.

2.Dividir a classe em grupos e propor a realização de uma pesquisa de campo para se obter um dado qualquer, a ser definido pelo grupo: algo que se relacione com o lugar em que o entrevistado more.

3.A partir disso, os grupos devem selecionar um tema a ser pesquisado. O tema pode ser a questão da segurança pública, das eleições, dos moradores do bairro, etc.

4.Propor a elaboração de um questionário a ser aplicado, contendo as informações de ordem pessoal e as de ordem opinativa do entrevistado. Sobre a identificação do entrevistado é preciso cuidado para não expô-lo a constrangimento, bem como não prejudicar as informações colhidas.

5.As pesquisas devem identificar a data em que a coleta de dados ocorreu, devem ser compostas por questões fechadas (pergunta e algumas opções de resposta), pois assim ficam mais fáceis de ser tabuladas, devem conter o nome do pesquisador e ainda o número de questionários a serem aplicados.

6.Uma vez aplicada é preciso tabular, organizar os dados obtidos e compor um quadro de respostas.

7.Gerar um sucinto relatório com o que os dados mostraram sobre as opiniões e o tema investigado.

8.Uma apresentação para a classe do relatório daria um importante fecho para a atividade.

Materiais indicados: Prancheta ou algum suporte semelhante para a pesquisa de campo.
Tempo sugerido: 4 horas

Resultados esperados:
a.Desenvolver a competência de criar uma pesquisa de campo.
b.Criar a habilidade do pesquisador.
c.Aprender a selecionar informações e extrair delas os resultados.
d.Desenvolver a capacidade de gerar uma síntese diante de dados coletados.

LUZES NO MUNDO

LUZES MAL DISTRIBUÍDAS



O consumo de energia elétrica para iluminação no mundo não é igualmente distribuído pela superfície da Terra, como se pode observar pelo mapa acima*. Ao lado de concentração de consumo há espaços vazios significativos.

O continente africano, por exemplo, possui pontos de grande consumo no extremo norte e no extremo sul, além de pontos ao longo do litoral, mas seu interior, apesar de povoado, tem consumo reduzido. A região da Amazônia internacional, na América do Sul, possui pequeno contingente populacional apesar da imensidão da área, e, ao contrário, os Estados Unidos, o Canadá, a Europa e o Japão apresentam uma luminosidade muito grande. China e Índia também se destacam, mas não em proporção à grandeza de suas populações. Podemos afirmar que os países mais desenvolvidos do mundo são os que mais consomem energia elétrica para iluminação.

Extraído da revista Desafios do Desenvolvimento – Ano II, nº 11 – Junho de 2005. *O mapa em questão é uma montagem, pois o planeta Terra não permite captar imagem noturna, simultaneamente, em toda a sua superfície.

Área: Geografia

Atividade: A luz no mundo

Objetivos

•Identificar as áreas mais iluminadas no planeta Terra e mostrar que correspondem aos paí-ses mais ricos, portanto, os que mais consomem energia elétrica.

Introdução

Por que existem áreas no planeta Terra que aparecem mais iluminadas que outras? A distribuição da população pela superfície do planeta é uniforme? As atividades econômicas se distribuem regularmente entre os países? É possível distinguir as grandes concentrações urbanas na imagem?
Contexto no mundo do trabalho: As áreas do planeta que mais consomem energia elétrica são também aquelas onde a atividade econômica é mais intensa e, portanto, a presença de trabalhadores é maior. São locais onde a concentração de trabalho e de produção tornam mais intensa a geração de riquezas.

1.Promova uma leitura inicial da imagem sem nenhuma orientação, apenas observando.

2.reproduza os contornos do mapa-múndi numa folha de sulfite e identifique nesse mapa a posição dos continentes.

3.Faça uma leitura conjunta do texto que acompanha a imagem.

4.Transporte para o mapa elaborado os pontos ou áreas onde ocorre maior iluminação.

5.Por que o Hemisfério Norte aparece com a maior densidade de iluminação e identifique as parcelas do globo com as maiores parcelas não iluminadas.

6.Relacione o maior consumo de energia elétrica aos países mais desenvolvidos e as partes menos iluminadas aos vazios de ocupação humana.

Materiais indicados: folhas de sulfite; atlas ou qualquer livro que contenha um mapamúndi; mapa-múndi político;

Resultados esperados:

•Desenvolver habilidades motoras na confecção de mapas e habilidades cognitivas para sua leitura.

•Desenvolver a noção de localização.
•Compreender a distribuição das terras e águas no planeta Terra.
•Compreender a diversidade da ocupação humana pela superfície da Terra, através do consumo de energia elétrica.
Dicas: site – IBGE (www.ibge.gov.br): dados sobre a distribuição da população no mundo, além de mapas que mostram as densidades populacionais. Dados sobre a produção de riqueza (PIB) nos países podem também ser relacionados à imagem.
VIDAS SECAS



O autor
Graciliano Ramos nasceu no dia 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrângulo, Alagoas, filho de Sebastião Ramos de Oliveira e de Maria Amélia Ferro Ramos. Dois anos depois, a família muda-se para Buíque, Pernambuco, e logo depois volta para Alagoas, morando em Viçosa e Palmeira dos Índios até 1914. Graciliano estuda, então, e trabalha na loja do pai comerciante.

Em 1914, vai para o Rio de Janeiro, onde mora durante um ano e trabalha como jornalista. No ano seguinte, volta para Palmeira dos Índios e se casa com Maria Augusta Barros, que morre cinco anos depois. Graciliano já, nessa época, escreve para jornais e trabalha com comércio.

Seu segundo casamento, com Heloísa Medeiros, ocorre em 1928, no mesmo ano em que é eleito prefeito de Palmeira dos Índios, cidade que seria palco de seu primeiro romance Caetés.

Em 1930, renuncia à prefeitura e vai para Maceió, onde é nomeado diretor da Imprensa Oficial, mas demite-se no ano seguinte, voltando em seguida para Palmeiras dos Índios, onde funda uma escola e escreve o romance São Bernardo.

Em 1933, é nomeado diretor da Instrução Pública de Alagoas e volta a Maceió. Sua carreira é interrompida em 1936, quando é demitido por motivos políticos. Nesse mesmo ano, publica o romance Angústia e acaba sendo preso e enviado ao Rio de Janeiro. Dessa fase em que passa preso resultaria, mais tarde, seu livro Memórias do Cárcere.

Ao sair da prisão, em 1937, passa a morar no Rio de Janeiro, onde escreve para jornais. No ano seguinte, publica a obra Vidas Secas, escrita num quarto de pensão. Em 1939, é nomeado Inspetor Federal do Ensino.

Em 1945, Graciliano entra para o Partido Comunista Brasileiro e, sete anos depois, faz uma viagem a Tchecoslováquia e à União Soviética.

Graciliano Ramos morre em 20 de março de 1953 sem nunca ter retratado uma paisagem do Rio de Janeiro. Conta-se que certa vez andava com um de seus filhos, a pé, pela cidade. Chegaram a Laranjeiras, onde moravam. O filho parou de repente e exclamou: "Como isso aqui é bonito!". Graciliano ficou surpreso e perguntou se ele achava aquela cidade tão bonita assim. Para Graciliano, Alagoas era seu único universo.

Trecho do livro:


Fuga

A vida na fazenda se tornara difícil. Sinhá Vitória benzia-se tremendo, manejava o rosário, mexia os beiços rezando rezas desesperadas. Encolhido no banco do copiar, Fabiano espiava a caatinga amarela, onde as folhas secas se pulverizavam, trituradas pelos redemoinhos, e os garranchos se torciam, negros, torrados. No céu azul as últimas arribações tinham desaparecido. Pouco a pouco os bichos se finavam, devorados pelo carrapato. E Fabiano resistia, pedindo a Deus um milagre.

Mas quando a fazenda se despovoou, viu que tudo estava perdido, combinou a viagem com a mulher, matou o bezerro morrinhento que possuíam, salgou a carne, largou-se com a família, sem se despedir do amo. Não poderia nunca liquidar aquela dívida exagerada. Só lhe restava jogar-se ao mundo, como negro fugido.

Saíram de madrugada. Sinhá Vitória meteu o braço pelo buraco da parede e fechou a porta da frente com a taramela. Atravessaram o pátio, deixaram na escuridão o chiqueiro e o curral, vazios, de porteiras abertas, o carro de bois que apodrecia, os juazeiros. Ao passar junto às pedras onde os meninos atiravam cobras mortas, Sinhá Vitória lembrou-se da cachorra Baleia, chorou, mas estava invisível e ninguém percebeu o choro.

Desceram a ladeira, atravessaram o rio seco, tomaram rumo para o sul. Com a fresca da madrugada, andaram bastante, em silêncio, quatro sombras no caminho estreito coberto de seixos miúdos - os meninos à frente, conduzindo trouxas de roupa, Sinhá Vitória sob o baú de folha pintada e a cabaça de água, Fabiano atrás de facão de rasto e faca de ponta, a cuia pendurada por uma correia amarrada ao cinturão, o aió a tiracolo, a espingarda de pederneira num ombro, o saco da malotagem no outro. Caminharam bem três léguas antes que a barra do nascente aparecesse.

Fizeram alto. E Fabiano depôs no chão parte da carga, olhou o céu, as mãos em pala na testa. Arrastara-se até ali na incerteza de que aquilo fosse realmente mudança. Retardara-se e repreendera os meninos, que se adiantavam, aconselhara-os a poupar forças. A verdade é que não queria afastar-se da fazenda. A viagem parecia-lhe sem jeito, nem acreditava nela. Preparara-a lentamente, adiara-a, tornara a prepará-la, e só se resolvera a partir quando estava definitivamente perdido. Podia continuar a viver num cemitério? Nada o prendia àquela terra dura, acharia um lugar menos seco para enterrar-se. Era o que Fabiano dizia, pensando em coisas alheias: o chiqueiro e o curral, que precisavam conserto, o cavalo de fábrica, bom companheiro, a égua alazã, as catingueiras, as panelas de losna, as pedras da cozinha, a cama de varas. E os pés dele esmoreciam, as alpercatas calavam-se na escuridão. Seria necessário largar tudo? As alpercatas chiavam de novo no caminho coberto de seixos.

Agora Fabiano examinava o céu, a barra que tingia o nascente, e não queria convencer-se da realidade. Procurou distinguir qualquer coisa diferente da vermelhidão que todos os dias espiava, com o coração aos baques. As mãos grossas, por baixo da aba curva do chapéu, protegiam-lhe os ombros contra a claridade e tremiam.

Os braços penderam, desanimados.
- Acabou-se.
Antes de olhar o céu, já sabia que ele estava negro num lado, cor de sangue no outro, e ia tornar-se profundamente azul. Estremeceu como se descobrisse uma coisa muito ruim.

Desde o aparecimento das arribações vivia desassossegado. Trabalhava demais para não perder o sono. Mas no meio do serviço um arrepio corria-lhe no espinhaço, à noite acordava agoniado e encolhia-se num canto da cama de varas, mordido pelas pulgas, conjecturando misérias.

A luz aumentou e espalhou-se pela campina. Só aí principiou a viagem. Fabiano atentou na mulher e nos filhos, apanhou a espingarda e o saco de mantimentos, ordenou a marcha com uma interjeição áspera.


(RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 16. ed. São Paulo, Martins,1967. p. 147-9).
Extraído e adaptado de http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=resumos/docs/vidassecas




Atividade: Cabra marcado para viver

Objetivos

•Identificar onde se passa a história narrada no texto a partir das características do local e das pessoas.

•Estudar as condições de vida do povo do sertão do Nordeste marcadas pela fome e miséria.

Introdução

Termos como “cabras” para se referir a pessoas, deitar em rede, sol escaldante, açudes, juazeiro, farinha, dentre outros são características do sertão do Nordeste brasileiro. A partir da apresentação dos elementos da paisagem no decorrer da narrativa, é possível identificar o local.
Contexto no mundo do trabalho: Os retirantes que vagam pelo meio do sertão em busca de água e comida são marcantes no espaço do sertão nordestino. O latifúndio e as dificuldades em produzir e escoar a produção acabam por expulsar grandes levas de camponeses de suas terras, gerando o êxodo rural e agravando o desemprego urbano.


1.Faça uma leitura do texto:

2.Identifique qual é o eixo central da história.

3.Destaque no texto elementos da paisagem que identifiquem em qual lugar do Brasil se passa a história.

4.Associe esses elementos como sendo parte de uma paisagem típica do sertão do Nordeste.

5.A partir da caracterização do local, descrever as condições sociais em que a cena se passa. Buscar no texto elementos que justifiquem a resposta.

6.Pesquise no gloogle, o autor da pintura retratada na imagem acima. Descreva com suas próprias palavras a imagem retratada.

Resultados esperados:

a.Identificar o local onde se passa a trama a partir dos elementos da paisagem, associando-os ao domínio morfo-climático do sertão do Nordeste.

b.Refletir sobre a questão da fome e sua influência na atitude das pessoas.

Dicas: sites – IBGE (http://www.ibge.gov.br/home/default.php) – Dados estatísticos estão disponíveis e servem de referência para uma melhor compreensão dos problemas que afligem o sertão do Nordeste.